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A concorrência na Distribuição

Manuel Moreira • mai. 20, 2023

Empresas de distribuição têm sido acusadas de lucros excessivos devido ao aumento das margens e especulação, e por isso responsabilizadas pelo aumento da inflação e dos preços de produtos de consumo, especialmente alimentos perecíveis.


A acusação de lucros excessivos das empresas de distribuição é "injusta e infundada". É que diz José António Rousseau, professor e investigador UNIDCOM/IADE no artigo de opinião na Revista Grande Consumo - Revista dos Negócios da Distribuição.


Critica a acusação de que a Distribuição pratica preços especulativos, quando afinal estas aplicam "políticas promocionais, concorrem umas com as outras para os preços mais baixos do mercado, prometendo devolver a diferença de preço, se o consumidor encontrar os mesmos produtos mais baratos".


Diz que há uma confusão entre margens brutas e líquidas. Explica que a "prática de margens brutas de 40% ou 50% em hortofrutícolas, são perfeitamente normais. Sublinha que até "já foram superiores", mas são inevitáveis devido à natureza perecível destes produtos "os quais, pela sua venda em livre serviço, possuem um alto índice de quebra. Diariamente, as lojas retiram da placa de vendas muitos quilos de hortofrutícolas que, pelo mau manuseamento dos clientes, não podem ser vendidos e, no final de cada dia, são doados a diversas ONGs."

 

Chama a atenção "que a margem bruta serve para cobrir todos os custos de operação, tais como salários, logística, rendas, impostos, amortizações, etc., pelo que, no final, a margem líquida das empresas de distribuição se situa, em média, entre os 3% e os 5%."


Acha irónico "que as empresas que, há alguns anos, eram acusadas de vender os produtos abaixo do preço de custo, ou seja, com prejuízo, e até tenham sido por esta razão objeto de processos da Autoridade Tributária, sejam agora acusadas de vender os seus produtos com preços especulativos, decorrentes da prática de margens ilegítimas de tão altas."


Explica que a rentabilidade da Grande Distribuição já não está, há décadas, centrada nas margens comerciais, que são cada vez mais baixas, mas que se foca no índice de rotação, "quanto mais vezes rodar o stock, mais baixas podem ser as margens para atingir a mesma rentabilidade".


Devido à forte concorrência, os preços são formados a partir preço de venda ao público, "justo e aceitável pelo mercado", para com os fornecedores encontrar um preço de compra que "permita contemplar a margem bruta pretendida".


Demonstra que as diferenças de preços entre as empresas "provam e evidenciam que não existe qualquer prática de combinação de preços entre os retalhistas".


É importante e um bom exemplo o acordo entre a Distribuição e os seus fornecedores. 


Artigo completo aqui


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